A aclamação chegou!
O Bem-Amado, a primeira novela em cores na TV brasileira, já está no catálogo do Globoplay.
A trama foi a primeira a ser exportada e criticava o humor do Brasil na época da ditadura militar. Afrontosa é pouco!
A história é autoria de Dias Gomes. Nela, Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) é um prefeito demagogo e corrupto, que comanda a pequena cidade de Sucupira, no interior baiano. Ele é eleito com o slogan: "Vote em homem sério e ganhe um cemitério". O problema é que ninguém morre para a tal obra ser inaugura.
O que o prefeito faz? chama de volta o famoso matador profissional, Zeca Diabo (Lima Duarte), antes exilado, com o pretexto de que não será mais preso. Tudo com a intenção de que finalmente conseguir algum óbito para estrear o novo cemitério. Odorico só não contava que o criminoso estivesse aposentado, cheio de impulsos virtuosos e só querendo saber da mãe e do sonho de virar dentista.
Icônica demais!
Relembre alguma curiosidades:
> A peça que deu origem a O Bem-Amado foi escrita por Dias Gomes no ano de 1962;
> O escândalo polÃtico Watergate, que aconteceu em 1972, nos Estados Unidos, e culminou na renúncia do então presidente Richard Nixon, inspirou o Sucupiragate, já que a novela foi ao ar um ano depois. Na trama, Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) é acusado de mandar instalar microfone no confessionário da igreja para saber dos segredos de seus inimigos;
> O ator Lima Duarte estava perto do fim do seu contrato com a Globo quando foi escalado para o papel de Zeca Diabo. Na peça, o personagem tinha uma pequena importância. Na TV, ele ganhou tanto destaque que ficou até o final da história;
> O Bem-Amado foi a primeira novela da Globo a ser exportada. Antes, somente os textos eram comercializados. A história foi exibida em 30 paÃses, entre eles os Estados Unidos. No ano de 1977, com a exceção da Venezuela, toda a América Latina estava ligada na trama, que era transmitida pela Spanish International Network. O mercado europeu foi alcançado através da venda de direitos de exibição em Portugal. Enfim, a aclamação!
> O ator Emiliano Queiroz, que deu vida ao Dirceu Borboleta, tirou vantagem da grande novidade na época que era a imagem em cores. Na história, o personagem era um tipo tÃmido, gago e desastrado. O intérprete tinha um macete para fazer com que Dirceu aparecesse vermelho de raiva nos ataques de fúria dele na novela. O segredo era simples: bastava pressionar a garganta por alguns instantes antes de entrar em cena.