Anos 60 foram os mais 'coloridos' da TV. Pena que a TV não tinha cores!

Ah, os anos 60! Que loucura foi aquela, bicho!

A televisão adentrou o início de sua segunda década com um crescimento absurdo. Nas duas principais capitais do país, diversas emissoras já encantavam o público. Eram 3 em cada estado: São Paulo (TV Tupi, TV Paulista e TV Record). No Rio, (TV Tupi, TV Rio e TV Continental). Mas havia espaço pra mais... A elevação do número de televisores mostrava esta tendência.

Se em 1950 o censo trazia a informação de que no país haviam apenas 1.000 aparelhos de TV, o de 1960 já apontava mais de 620.000 unidades. Ao final da década de 60, já estariam funcionando no Brasil quase 4 milhões de televisores!

Os anos 60 foram igualmente importantes na história da TV. Novas emissoras surgiram: TV Excelsior (julho de 1960), TV Cultura (setembro de 1960), TV Globo (abril de 1965) e TV Bandeirantes (maio de 1967). Enquanto isso, a TV Paulista seria extinta oficialmente em 1966.

60 foi a "década de ouro" da TV.

De uma vez por todas, as telenovelas virariam coqueluche nacional com exibições de capítulos diários (a novela "2.5499 Ocupado" protagonizada por Glória Menezes e Tarcísio Meira foi a primeira) e arrebataria o público com produções como "O Direito de Nascer" (TV Tupi e TV Rio, 1964 – que reuniu em seu encerramento um público que lotou o Ginásio do Ibirapuera e o Maracanãzinho), "Redenção" (TV Excelsior, 1966 – uma das mais longas da TV com Francisco Cuoco) e "Beto Rockfeller" (TV Tupi, 1968). Esta última promovendo uma verdadeira revolução na linguagem televisiva, fazendo das novelas mais realistas, abandonando de vez o "dramalhão" que tomava conta das produções até então. Este tema, inclusive, vai ganhar uma matéria especial nos próximos dias aqui.

Mas é aqui onde eu queria chegar, Brasil!

Neles! Os programas de variedades, com auditório. Estas atrações foram um show à parte! Grandes balés, dançarinos, muita luz e muita cor agitaram os programas de televisão. Pena que o público só conseguia acompanhar em preto-e-branco. As transmissões à cores seriam uma realidade apenas a partir da década de 70.

Na Excelsior grandes shows e artistas "tocaram" o terror nos concorrentes. Bibi Ferreira comandava o "Brasil 60", que a cada ano ganhava um novo prefixo, sem deixar de fazer o público ficar grudado diante da TV. Chacrinha fazia "a festa" nas tardes de sábado. Outros shows como "Times Square", "Moacyr Franco Show", "A Cidade se Diverte", "Viva o Vovô-Deville" se esmeravam com cenários e figurinos grandiosos! Era um espetáculo!

Em pouco tempo os programas, populares como só, se tornariam líderes de audiência.

Quando chegou ao Rio em 1963, pelo canal 2, a TV Excelsior começou a implantar uma grade de programação linear, que criava um conceito de "rede" pela primeira vez. Isso foi aperfeiçoado posteriormente pela Globo.

O glamour e os salários milionários começavam a se tornar realidade nesta época. A TV Excelsior, que chegou, digamos, "montada na grana", fez uma verdadeira "limpa" nos principais nomes de diversas emissoras, pagando o dobro de salários. Assim, contratou de uma vez boa parte do elenco de estrelas da TV Tupi e TV Rio. Um "rebuliço" nos bastidores da televisão.

Passou a ter no elenco Dercy Gonçalves, Chico Anysio, Renato Aragão, Walter D"Ávila, Castrinho, J. Silvestre, Flavio Cavalcante e tantos como mostra a foto ai acima.

Nos próximos dias vamos navegar pelos anos 60, relembrar as grandes novelas, os festivais musicais, programas importantes e fatos que ficaram para sempre no imaginário de muitos.

Fique ligado!

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